terça-feira, 6 de setembro de 2011


Inauguração da cidade de Brasilia - Noticias


                            
Cabe lembrar que a arquitetura moderna brasileira despontara a partir de 1927 com a construção da primeira casa modernista de Warchavchik, em São Paulo. Rino Levi, Lúcio Costa, Álvaro Vital Brazil, o polêmico Flávio de Carvalho e Oscar Niemeyer deram grande impulso à criação da arquitetura moderna no país.
Era grande a influência das idéias de arquitetos como Mies Van der Rohe, Frank Loyd Wright, Gropius e, sobretudo, o grande mestre Le Corbusier, que teve imensa importância na formação e avanço da moderna arquitetura no Brasil.
Até o dia 11 de março de 1957, a comissão julgadora do concurso tinha recebido 26 projetos, num total de 63 inscritos. Dentre os jurados estavam o arquiteto Oscar Niemeyer, um representante do Instituto de Arquitetos do Brasil, outro do Clube de Engenharia do Brasil, bem como o urbanista inglês William Holford, o francês André Sive e o americano Stamo Papadaki. Havia projetos ousados e até mesmo curiosos como o de M.M.M Roberto, que previa uma cidade construída em sete módulos circulares com 72.000 habitantes em cada módulo.
No projeto de Rino Levi, Cerqueira Cezar e Carvalho Franco, seriam construídos superblocos de 300 metros de altura, que abrigariam 288.000 pessoas.
O projeto escolhido foi o de Lúcio Costa, que nasceu do gesto primário de quem assinala um lugar, promovendo o encontro de dois eixos. Um conceito simples e universal.
Lúcio Costa foi o vencedor, não pelo seu detalhamento, que era pobre perto de outros concorrentes, que apresentaram maquetes, croquis e estatistícas, mas pela concepção urbanística e pela fantástica descrição de seu estudo. Não deixa de ser curioso que num concurso urbanístico, as palavras tenham vencido o detalhamento técnico.
Mas Lúcio Costa tratava as palavras com a precisão de um poeta, era a obra de um ser livre que se permitiu sonhar. O próprio Lúcio Costa destaca, entre os "ingredientes" da concepção urbanística de Brasília, as lembranças dos gramados ingleses de sua infância, das auto-estradas americanas, dos altiplanos da China e da brasileríssima Diamantina.
Lúcio Costa planejou uma Brasília moderna, voltada para o futuro, mas ao mesmo tempo "bucólica e urbana, lírica e funcional".
Ele eliminou cruzamentos para que o tráfego dos automóveis fluísse mais livremente, concebeu os prédios residenciais com gabarito uniforme e construídos sobre pilotis para não impedir a circulação de pessoas.
Uma cidade rodoviária com amplas avenidas e vasto horizonte, valorizando o paisagismo e os jardins. O plano de Lúcio Costa foi, contudo, vago no que se referia à expansão imobiliária e à criação de bairros operários.
Ele diz na memória descritiva do Plano Piloto: deve-se impedir a enquistação de favelas tanto na periferia urbana quanto na rural. Cabe à Companhia Urbanizadora prover, dentro do esquema proposto, acomodações decentes e econômicas para a totalidade da população.
Não foi preciso que muitos anos se passassem para que surgissem problemas ligados à habitação popular que, durante a própria construção da capital foram chamados de invasões e se multiplicaram.
Todos os dias, novos barracos eram erguidos na chamada Cidade Livre, hoje Núcleo Bandeirante, e também próximos aos canteiros de obras. Os operários, que trabalhavam na construção da cidade, não pretendiam abandonar a Capital depois de sua inauguração.
As cidades satélites não surgiram como fruto de um plano detalhado, conforme o que regia a

construção do Plano Piloto, mas pela urgência imposta pelas invasões. Em junho de 1958, nascia a primeira cidade satélite, propriamente dita: Taguatinga, construída às pressas para abrigar 50.000 pessoas, em sua maioria operários com suas famílias.
As Satélites, aos poucos, se transformariam em importantes centros econômicos. Depois de Taguatinga, Israel Pinheiro iniciou a construção de outras Satélites: Sobradinho, Paranoá e Gama.
Durante três anos, Brasília viveu um ritmo de trabalho alucinante. O Presidente Juscelino Kubitscheck vistoriava as obras pessoalmente com Israel Pinheiro.
Os partidos de oposição alegavam que Brasília não ficaria pronta no prazo e insistiam para que adiassem a transferência da Capital.

Brasília, vencendo os prognósticos pessimistas da oposição, foi inaugurada em 21 de abril de 1960, com toda pompa que a capital merecia .
Hoje, Brasília é uma bela cidade como no sonho de um homem que um dia vislumbrou o futuro de olhos bem abertos.

Por: Lorena Pereira & Tailane Pereira  =D

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