Elis Regina nasceu na capital no Rio Grande do Sul, onde começou sua carreira como cantora aos onze anos de idade em um programa de rádio para crianças chamado “O Clube do Guri”, na Rádio Farroupilha, apresentado por Ari Rego
Em 1959 foi contratada pela Rádio Gaúcha e em 1961, viajou ao Rio de Janeiro, onde gravou seu primeiro disco, Viva a Brotolândia. Lança ainda mais três discos, enquanto morava em Porto Alegre.
Em 1964 parte para o eixo Rio-SP, e, em 1965, vence o Primeiro Festival da MPB, promovido pela Excelsior, lançando-se nacionalmente. No mesmo ano, assume ao lado de Jair Rodrigues, o comando do programa “O Fino da Bossa”, que ficaria no ar até 1967 e originaria três discos lançados em 1994, com grande sucesso. Em 1968, uma viagem à Europa a lança no eixo musical internacional, tendo grande sucesso, principalmente no Olympia de Paris, quando se tornou a primeira artista a se apresentar lá duas vezes no mesmo ano.
Durante os anos 70, aprimorou constantemente sua técnica e domínio vocal, registrando em discos de alta qualidade técnica parte do melhor da sua geração de músicos. Em 1975, com o espetáculo Falso Brilhante, que mais tarde virou um disco homônimo, atinge grande sucesso, ficando mais de um ano em cartaz e realizando quase 300 apresentações. O show foi considerado, anos depois, como o melhor da década de 70
Ainda teve grande êxito com o espetáculo Transversal do Tempo, em 1978, de um clima extremamente político e tenso; o Saudades do Brasil, em 1980, sucesso de crítica e público por sua originalidade, tanto nas canções quanto nos números com dançarinos amadores e; o seu último show, Trem Azul, em 1981, escolhido como o melhor show daquele ano.
Elis Regina criticou muitas vezes a ditadura brasileira, que perseguiu e exilou muitos músicos em sua época, seja através de declarações públicas ou pelas canções que interpretava. Em entrevista, no ano de 1969, declarou que o Brasil era governado por gorilas (Há controvérsias em relação a essa declaração. Existem arquivos dos próprios militares onde ela se justifica dizendo que isso foi criado por jornalistas sensacionalistas). Sua popularidade a manteve fora da prisão, mas foi obrigada pelas autoridades a cantar o Hino Nacional durante um espetáculo em um estádio, fato que despertou a ira da esquerda brasileira.
Segundo a análise de alguns, era conhecida por sua primazia pela técnica e qualidade musical de seus discos, também se notabilizou por lançar boa parte dos grandes nomes da mpb, como Milton Nascimento, Renato Teixeira, João Bosco e Aldir Blanc, Sueli Costa, entre outros.
Faleceu aos 36 anos de idade em 19 de janeiro de 1982, devido a complicações decorrentes de uma overdose de cocaína e bebida alcoólica. Foi sepultada no Cemitério do Morumbi
Sempre engajada politicamente, Elis participou de uma série de movimentos de renovação política e cultural brasileiro, destacando a Marcha contra as guitarras, ainda nos anos 60, ao lado de artistas como Gilberto Gil e outros, ainda participou ativamente da campanha pela anistia política de exilados brasileiros. A canção de João Bosco e Aldir Blanc na sua voz, O bêbado e a equilibrista, é tida como o Hino da Anistia, que coroou a chegada de vários importantes nomes do Brasil, de volta do exterior, a partir de 1979. Um deles, citado na música, era o irmão do Henfil, o Betinho, importante sociólogo brasileiro.
Outra questão importante se refere ao direito dos músicos brasileiros, polêmica que Elis encabeçou, participando de muitas reuniões em Brasília. Além disso, foi presidente da ASSIM, Associação de Intérpretes e de Músicos.
Elis é mãe de João Marcelo Bôscoli, fruto de seu casamento com o músico Ronaldo Bôscoli, e dePedro Mariano e Maria Rita, filhos do pianista César Camargo Mariano. Os três enveredaram pelo ramo da música.
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