quarta-feira, 12 de outubro de 2011

RITMOS DOS ANOS 60

História

O famoso LP "Canção do Amor Demais" com músicas da dupla Tom e Vinicius, gravado em abril de 1958, por Elizeth Cardoso e João Gilberto, marcou o início de um novo movimento musical.
Os LPs "Foi a Noite", de Sylvia Telles, "Orfeu da Conceição", de Tom e Vinicius, entre outros, que antecederam o LP "Canção do Amor Demais", tiveram grande importância para o avanço do novo ritmo brasileiro.
Ainda em 1958, o jornal "Ultima Hora", organizou um show reunindo Sylvia Telles, Chico Feitosa, Nara Leão, entre outros, e no texto de divulgação prometeu "uma noite de bossa nova". Na expressão Bossa Nova, a palavra bossa era uma gíria da época, "Fulano tem bossa!", ou seja, fulano tem jeito. Assim, Bossa Nova é um jeito novo de tocar.
"A Bossa Nova foi tão importante, que você pega esses teclados americanos ou japoneses, todos têm escritos Bossa Nova, naquelas teclas que fazem ritmo. O rótulo Bossa Nova é antigo. Noel Rosa tinha um Samba que dizia: "O samba, a prontidão e outras bossas são coisas novas". E nova era uma expressão usada em toda a propaganda, em todo marketing. Todo comercial tem a palavra nova, nova tudo. Sempre que falava a palavra Bossa Nova nos Estados Unidos, tinha que traduzir para new wave. A gente nem se preocupava em saber o que era Bossa Nova. Daí vem a expressão fulano tem bossa para a pintura, tem bossa para a música, tem bossa para dança. Bossa ficou sendo um jeito, a tendência, o dom, o talento, o flair. Eu chamaria em inglês a Bossa Nova de new flair. Porque nas enciclopédias americanas bossa é intraduzível”, Tom Jobim, falando a respeito da origem e da tradução para o inglês da expressão "Bossa Nova".
Nos anos 60, dois fatos marcaram, no Brasil e no mundo, a consolidação da Bossa Nova. Em 1960, os shows na Faculdade de Arquitetura e na PUC, consolidaram a Bossa Nova. E em 1962 o show no Carnegie Hall, foi a explosão do ritmo brasileiro para o mundo.
Ainda hoje se diz que a Bossa Nova é um produto de Copacabana. Afinal era lá que moravam Nara Leão (no famoso apartamento do Posto 4), Ronaldo Bôscoli, Carlos Lyra, Roberto Menescal, onde ficavam o Beco das Garrafas e as demais boates (não havia boates em Ipanema nos anos 50 e 60). Mas entre 1954 e 1960 - que foram os anos decisivos para a formação da Bossa Nova - todos os seus principais criadores eram cidadãos de Ipanema. Viam-se dia e noite, bebiam pescavam, compunham juntos, trocavam idéias, namoradas e harmonias. Ipanema, com seus estreitos limites geográficos (entre o mar e a lagoa), era o único lugar que tornava possível essa efervescência. Quando Tom e Vinicius fizeram "Garota de Ipanema", em 1962, já ninguém contestava a nacionalidade ipanemense da Bossa Nova.
Muitas pessoas acham que a Bossa Nova começou em 1958 e acabou em 1968. Ao contrário do que dizem ela começou a ser germinada muito antes de 1958 e, ao contrário do que parecia, não morreu em 1968. Afinal nunca se vendeu tanto disco de Bossa Nova, no Brasil e no exterior, como nos anos 90.
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Incompreendida no início, a bossa nova, depois de firmar-se no Brasil, acabou por ganhar o mundo, influenciar a música internacional e transformar a criação musical popular subseqüente. Movimento renovador da música popular brasileira, influenciado pelo jazz, a bossa nova surgiu na segunda metade da década de 1950 entre jovens de classe média da zona sul do Rio de Janeiro. Caracterizou-se por romper com as fórmulas tradicionais de composição e instrumentação, por harmonias mais elaboradas e por letras coloquiais.
À época do surgimento da bossa nova, a música popular brasileira vivia um momento de impasse, em que os ritmos americanos e caribenhos dominavam o mercado fonográfico. Nesse contexto, um público carioca de elite, do ponto de vista econômico e cultural, redescobriu o samba nascido nos morros e nos subúrbios, criado e interpretado por músicos populares. Esse público era também ouvinte de jazz, que teve influência decisiva, especialmente em sua forma cool, no trabalho de compositores e intérpretes considerados precursores da bossa nova: Dick Farney, o conjunto vocal Os Cariocas, Antonio Maria, Ismael Neto, Johnny Alf, Nora Nei, Dóris Monteiro e Maysa.
A partitura da peça Orfeu da Conceição, de 1956, projetou mundialmente os nomes de Antônio Carlos Jobim (Tom), como compositor, e de Vinícius de Morais, como letrista. Em 1958 foi lançado o disco Canção de amor demais, com músicas e arranjos de Tom e Vinícius, com a cantora Elizeth Cardoso. Apontado mais tarde como um antecedente direto da bossa nova, o disco apresentava em algumas faixas o violonista João Gilberto, cuja revolucionária batida sincopada caracterizaria, daí em diante, a bossa nova.
Em 1959 foi lançado Chega de saudade, disco considerado o marco fundador da bossa nova, com composições de Tom, Vinícius, Newton Mendonça, Carlos Lyra e Ronaldo Bôscoli, ao lado de autores tradicionais, como Ari Barroso e Dorival Caymmi. Interpretadas no estilo contido e coloquial de João Gilberto e acompanhadas pela batida de seu violão, as músicas desse disco apresentavam um surpreendente predomínio dos tons menores, o que simulava desafinação. Desafinado, aliás, era o título de uma das faixas, que se tomaria um clássico do movimento. Vários nomes logo se destacaram como compositores, além dos já citados: Baden Powell, Roberto Menescal, Oscar Castro Neves, Sérgio Ricardo, Luís Bonfá, Geraldo Vandré e João Donato, entre outros. Entre os intérpretes, que inauguraram um estilo isento de impostação e virtuosismo, cabe destacar as cantoras Sylvia Teles, Nara Leão e Alaíde Costa; e os conjuntos Quarteto em Cy, Sexteto Bossa Rio, Tamba Trio e Zimbo Trio. Em 1962, uma polêmica apresentação de bossa nova no Carnegie Hall de Nova York projetou internacionalmente o movimento.
Além dos nomes mais ligados ao movimento, muitos outros compositores e intérpretes, como Dolores Duran, Maysa, Billy Blanco, Juca Chaves e Lúcio Alves se deixaram influenciar por ele. Outros foram divulgadores da bossa nova nos Estados Unidos, como Maria Helena Toledo, Astrud Gilberto e Sérgio Mendes.
Embora bem recebida pelo público jovem, a bossa nova era criticada por seu alheamento aos problemas sociais. O espetáculo Opinião foi o divisor de águas entre a chamada "música de apartamento", repassada de humor, ironia e nostalgia, centrada no amor e rica em imagens como a do "barquinho a deslizar no macio azul do mar", e a música engajada, chamada "de protesto". Opinião apresentava dois compositores de origem popular, o maranhense João do Vale e o carioca Zé Kéti, mas foram especialmente jovens de classe média os que mais se destacaram como autores da música de protesto: Marcos e Paulo Sérgio Vale, Geraldo Vandré e Théo de Barros, Rui Guerra, Oduvaldo Viana Filho, Ari Toledo e sobretudo Carlos Lyra e Sérgio Ricardo.
A partir de 1964, a bossa nova começou a perder espaço, que foi ocupado por outras tendências, como o tropicalismo ou a jovem guarda. A música popular, no entanto, estava radicalmente mudada e revalorizada. A influência da bossa nova foi determinante na obra dos excepcionais compositores que se lhe seguiram, como Chico Buarque, Caetano Veloso, Edu Lobo, Milton Nascimento e Gilberto Gil.

Ritmos

Zouk - é um ritmo originário das ilhas caribenhas Guadalupe e Martinica, de colonização francesa. A palavra zouk significa festa no dialeto crèole – um dialeto franco/africano – e a maioria das músicas são cantadas neste dialeto ou em francês. Para dançar é preciso muito romantismo e sensualidade; inclui muitos movimentos de quadris e cabeça. Em São Paulo, há alguns anos, vem alcançando muito sucesso, graças ao trabalho do professor Philip Miha, que atualmente ministra aulas em várias casas noturnas da capital, como o Carioca Club, o Buena Vista Social Club, e o Avenida Club. Aqui no Brasil, o zouk foi o sucessor da lambada, pois é muito semelhante no ritmo e em sua maneira de dançar.

Chá Chá Chá - derivada do Danzon cubano, que seguiu ao mambo. O nome foi inspirado no barulho feito pelos dançarinos nas pistas de dança. Tornou-se popular no mundo com as formações das Big Bands, onde teve o predomínio de instrumentos de sopro.

Forró - febre do momento, este ritmo é tipicamente nordestino e ganha força por ser expressivo e alegre. Ao contrário do que muitas pessoas pensam, o forró tem uma grande variedade de passos, com destaque para o miudinho, puladinho e pé-de-serra.
Bolero - esta dança, de origem latina, é romântica e sensual. No Brasil, foi influenciado pelo estilo de Fred Astaire e também pelo tango argentino
Merengue - ritmo veloz e malicioso, vindo da República Dominicana. Tem o nome derivado do jeito que os dominicanos chamavam os invasores franceses no século XVII (merenque).

Pagode - samba dançado principalmente em São Paulo. É um ritmo muito admirado pelos jovens, embalados pelas dezenas de grupos de pagode que fazem sucesso no momento. Para dançar, é essencial o balanço dos quadris.
Tango - Nascido na Argentina, é um ritmo ardente, sensual, exige concentração e persistência.
Mambo - nasceu em Cuba e virou uma salada musical. Tem como antepassados os ritmos afro-cubanos derivados de cultos religiosos no Congo. Perez Prado adicionou metais nas charangas e foi de fato o primeiro a rotular essa nova versão de el son, de mambo, que invadiu os Estados Unidos nos anos 50.

Samba de Gafieira - nasceu no Rio de Janeiro e é a marca registrada do "malandro carioca", que mostra toda a sua agilidade com os pés. Filho do maxixe, ele pode ser dançado ao som de samba, pagode, bossa-nova, chorinho.

 Valsa - originária das regiões campestres da Áustria e Alemanha, atualmente é dançada naquelas ocasiões tradicionais: bailes de debutantes, casamentos, formaturas, etc. No Brasil, a valsa teve importância fundamental na vida urbana musical e também como música de dança nos salões aristocráticos. A palavra vem de Walzen (alemão), que significa "dar voltas".
Rumba - o embalo sensual da Rumba nasceu como dança da fertilidade, em que os passos dos bailarinos imitavam a corte dos pássaros e outros animais antes do acasalamento.

POSTADO POR: TAMIRES SANTANA E EMERSON CRUZ

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